Hoje eu resolvi fazer meu processo meditativo e praticar minha atenção plena de outra forma. Ao invés de colocar uma das meditações induzidas para tocar e permanecer imóvel como sempre faço, resolvi amanhecer a minha alma e cuidar do meu quintal. :)
Um espírito muito especial, um dia me ensinou que tudo o que a gente precisa a natureza nos dá. A terra, o sol, o fogo, o ar, o vento, a água. Tudo, absolutamente tudo o que precisamos para estar e permanecer bem é fruto da natureza e do seu processo sublime. Nos resta apenas ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, ficar atentos aos sinais mágicos que a natureza sempre mostra pra gente.
Hoje varri as folhas do meu quintal, molhei as plantas (e minhas mudinhas lindas de arruda, Amora e Estrela, estão tão crescidinhas e fortes, assim como o meu pezinho de alecrim, a Alegria) com entusiasmo e cuidei do meu abacateiro. *-*
Meu abacateiro é o meu maior tesouro, é o meu amor. ♥
Desde pequena eu sempre quis ter uma árvore grande no quintal, acho que é aquele sonho que todo menino tem de ter uma casa na árvore pra ser feliz pra sempre, sabe? Mas aí, eu nunca tive uma árvore frondosa no quintal até o meu abacateiro surgir e crescer majestoso e feliz.
Me lembro da primeira vez em que meu pai podou seus galhos por causa de reclamações dos vizinhos mal-amados que não permitiam as folhas do meu abacateiro dançarem em paz. Esse dia foi um dos mais tristes para mim, porque vi meu abacateiro ficar aleijado diante dos meus olhos e eu não pude fazer nada. :( A cada golpe do facão meu coração sangrava junto, sentia as mesmas dores que ele.
Todas as vezes que eu lia em livros espíritas que a natureza sempre ensina o ciclo da vida pra gente eu nunca conseguia entender com primazia até ter um abacateiro no quintal.
Apenas hoje, depositando toda a minha energia e o meu amor para cuidar dele, (re)aprendi lições valiosas:
1. Às vezes a gente precisa retirar mesmo as folhas e galhos velhos de dentro de nós para que a luz do sol possa entrar e iluminar todo o lugar, para que se faça luz;
2. Mas nem sempre a gente vai conseguir tirar todos os galhos; e alguns não retirados (seja porque são altos demais ou porque ainda não é tempo) podem gerar algumas cicatrizes que a gente não espera, que a gente não quer, que a gente não controla, mas que é inevitável: elas vão surgir e vão ficar lá;
3. Ao invés de olhar para essas cicatrizes no tronco com raiva, o melhor a se fazer é tentar pedir desculpas pelo mal involuntário que se causou e lançar energias de amor e compaixão para a ferida que ficou aberta.
4. Às vezes apenas com cortes leves o velho não vai embora: é preciso cortes mais profundos, certeiros, imediatos para tirar todo o lixo de dentro do peito;
5. Sempre é preciso perder folhas para abrir espaço para que as novas cheguem. :)
1. Às vezes a gente precisa retirar mesmo as folhas e galhos velhos de dentro de nós para que a luz do sol possa entrar e iluminar todo o lugar, para que se faça luz;
2. Mas nem sempre a gente vai conseguir tirar todos os galhos; e alguns não retirados (seja porque são altos demais ou porque ainda não é tempo) podem gerar algumas cicatrizes que a gente não espera, que a gente não quer, que a gente não controla, mas que é inevitável: elas vão surgir e vão ficar lá;
3. Ao invés de olhar para essas cicatrizes no tronco com raiva, o melhor a se fazer é tentar pedir desculpas pelo mal involuntário que se causou e lançar energias de amor e compaixão para a ferida que ficou aberta.
4. Às vezes apenas com cortes leves o velho não vai embora: é preciso cortes mais profundos, certeiros, imediatos para tirar todo o lixo de dentro do peito;
5. Sempre é preciso perder folhas para abrir espaço para que as novas cheguem. :)
E somente hoje, escrevendo esta postagem, eu percebi que a primeira poda forçada do meu amor abacate trouxe uma das grandes lições da magia da vida: às vezes nós teremos, sim, nossas asas quebradas, nossos sonhos destruídos por facões alheios e não há nada que possamos fazer. Teremos, sim, nossos corações destroçados por amores que não podem ser ou que nunca foram, ficaremos arrasados, sangraremos muito, muito, a cada novo golpe. Mas nunca vamos deixar de ser graciosos e fortes por causa disso. Não é por prosseguir com os sentimentos aleijados e mutilados que a essência bonita do que somos também se aleijará.
A cada dia que passa eu olho pro meu abacateiro e o vejo mais bonito, mais forte. Ele sobrevive, ele vive, ele respira, ele é abençoado pelo sol, pela chuva, pelo dia, pela vida. Ele me ensina todos os dias a praticar o desapego com suas folhas que caem e, ainda assim, continua grande, apesar das perdas.
Se o maior exemplo diário plantado na minha vida sobrevive dia após dia a todos os ventos contrários e a decisões inconsequentes alheias, eu também sobreviverei. :)
E, além disso tudo, eu aprendi ontem que se todo o ensinamento de Buda pudesse ser resumido em apenas duas palavras, elas seriam: TUDO MUDA.
:)
Um beijo, amores! Dia lindo pra todo mundo.
=*
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Oiii! :D