A grande morte triste da Maçã

quarta-feira, 16 de abril de 2014 0 comentários
São duas e meia da manhã e eu ainda não fui dormir (e nem irei).
Primeiro, porque tenho coisa demais para corrigir; e segundo porque quando o peito dói a gente não tem sono, não tem esperança, não tem nada. Conclusão: logo mais eu acordaria para ir à aula, a diferença é que não dormirei para ficar acordada direto. 

Há algumas dores que a gente não consegue definir muito bem, né? Parece que é um monte de coisa junta e você fica tentando desesperadamente nadar contra a corrente pra que tudo desapareça e só a calma reine. Me veio à cabeça agora que fazia muito tempo que eu não ficava triste de verdade. Triste mesmo. Antes as sensações ruins que eu tinha/tive eram medo, insegurança, frustração, essas coisas. Mas tristeza mesmo eu havia até me esquecido de como era sentir. Na verdade, eu queria mesmo era nunca ter me lembrado.

A tristeza é uma coisa estranha. Dá vontade de chorar toda hora quando a gente lembra do gatilho que a ativou. Acho que no fundo a gente sempre sabe quais são os gatilhos que disparam a dor da gente, mas a gente não quer ver (ou quando vê quer fugir e acaba-se fazendo a mesma coisa de sempre, o mesmo ciclo ilusoriamente protetor de outrora).

Hoje me lembrei de tanta coisa: da Clarice, do Cérbero, do Hades e até da Legião Urbana. O nome disso tudo tem apenas três letrinhas: DOR.

Lembrei também do "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", das pílulas mágicas para se anular a paixão e o amor e do rio Lete (eu nunca me esqueci de quando o Mom falou sobre o Lete pela primeira vez na aula de filosofia. Hoje até revista filosófica e matemática eu li!). Enfim, tudo isso é uma gana ilusoriamente mágica de se acabar com a dor. 

Enfim, acho que esta é daquelas madrugadas em que a gente não diz coisa com coisa porque não pode dizer e porque tem medo de que alguém realmente leia o blog e me descubra minguante e murcha como realmente sou.

Eu vou contar todos os segundos do mundo para que a minha tristeza vá embora, porque eu não quero ela mais não. Ficar triste também dói. :( Ficar triste gera tristeza profunda na alma da gente.

Hoje é daquelas madrugadas em que a gente só escreve e vai soltando palavras a esmo, sem sentido, porque percebe que nada que se deseja no mundo com verdade faz sentido também.
Hoje é uma daquelas madrugadas-solidão, sabe? Eu quero mesmo é me enrolar no meu casulo e nunca mais sair.
Hoje é uma daquelas madrugadas em que a gente tem certeza absoluta de que o mundo não vai parar para que o coração da gente se cure. CURA. Meu Deus, eu não aguento mais, eu juro!!!

Hoje é uma daquelas madrugadas-choro, madrugadas-desespero, madrugadas-olheiras, madrugadas-vazias.

Hoje a Maçã se apodreceu.

(por tempo indeterminado)

:(


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Oiii! :D