Lá tem samba até de manhã

terça-feira, 10 de dezembro de 2013 0 comentários
Fiquei pensando sobre o nosso lugar no mundo. Mais precisamente, o meu lugar no mundo.
Eu acho que meu lugar são vários lugares, mas também acho que consigo definir alguns bem específicos. Talvez porque sejam lugares em que me encontro e me sinto mais plena e tranquila. Tipo algumas bibliotecas, como a pública Luiz de Bessa (tanto a adulto quanto a infantil) e a biblio da Fafich. *-* Essas bibliotecas me fazem sonhar e, ao mesmo tempo, me refugiam do mundo, me protegem, são meus abrigos. Tem outros também, mas não vou revelar todos os meus lugares encantados assim tão facilmente. :)

Sabem aquela frase pop que rola por aí, com a imagem de um casal se abraçando, com os dizeres "o meu lugar mora num abraço" (ou alguma coisa do tipo)? Pois é. Tem isso também né? Do nosso lugar ser o espaço compreendido entre o abraço do outro. Ser a extensão do braço do outro. Ser partícula do ser que o outro é.
Bom, já faz algum tempo que o meu lugar não mora em abraço nenhum. Mora só aqui dentro de mim. Inclusive, tenho (re)encontrado o meu lugar todas as vezes em que fico só, nos meus densos momentos de solidão, completos e infinitos momentos de solitude (e completude). 
Será que pode o nosso lugar morar no abraço de si próprio? Acho que pode sim.

Enfim, são 21:16 e a chuva voltou. Acho que ela pressente meus momentos de melancolia e vem produzir lágrimas pra mim. Vem me poupar da tarefa árdua. A tarefa que meus olhos já não querem mais, coitados. Tão cálidos, jabuticabosos e mornos... já não se aguentam. Imploram por lágrimas substitutas, por sósias que nunca se cansam de chorar.

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(Tomei coragem e saí na chuva. Precisava trancar o portão, já que me esqueci - como sempre esqueço - por alguns momentos que minha irmã já se casou e não precisamos mais esperar por ela. Saí. Fui ser parte da chuva, deixar que ela fizesse parte de mim também. Fui me misturar, me fortalecer, me desfazer, me desmanchar. Fui ser essência pluviosa. Fui ser abraço-extensão de chuva.
Por alguns segundos, a chuva se tornou lugar. E perguntei, implorei:
- Chuva, quer me abraçar?
E ela me abraçou, me abarcou forte, intensa. E dançamos. Sabe a dança da chuva? Pois é, no fundo, ninguém sabe de nada não.
Sabe a dança da chuva?
Só sabe mesmo quem a chuva apertou forte.
Cuidou do coração.)

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Oiii! :D

Cesto de maçãs